domingo, agosto 06, 2006

Ontem

Tudo passa muito rápido, tanto as coisas boas quanto as ruins. Quando você olha, de repente nota que muito ficou pra trás. O beijo, o tapa a tempestade, a calmaria, o sorriso e a lágrima. Tudo.
Santo remédio, o tempo.
Traz muitas dores pra nós, leva muitas delas embora.
Tudo há de se curvar diante dele, até as pirâmides. Sofre mais quem não se dá conta disso. Quem não nota que o passado não volta, quem não percebe que o futuro virá, e ainda mais, quem luta para que não venha.
Na imponência da sua linearidade tudo foi, é, e será. Tudo que é já passou e tudo o que será um dia terá sido. É fato. Só o que permanece é essa mudança. Esse sempre.
Apenas a eternidade é eterna, todo o resto é muito breve.
Ter essa conciência é necessário, só não se pode, por saber que um dia tudo se desfará, deixar de construir. Por saber que a morte virá, incansável, deixar de viver. Na verdade, é justamente por isso que deve se amar o agora. O tempo às vezes parece cruel, às vezes milagroso, mas é justo. A cada um de nós é dado um pouco dele, e liberdade para fazermos o que quisermos. Mãos à obra. Não há, jamais, um segundo a perder.



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